Porque, todo filme é bom, o que atrapalha é a crítica. Ou não?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Coisas que perdemos pelo caminho



Nem sempre vemos retratado nas telas, o tema: morte e aceitação de uma maneira honesta. Na maioria das vezes a coisa desanda para o melodrama barato. Mas, em 'Coisas que perdemos pelo caminho' (Things We Lost in the Fire /EUA/Inglaterra/2007), a diretora Susanne Bier consegue fazer com que o expectador não solte uma lágrima sequer diante da tela, mas ainda assim seja tocado pelo drama vivido pelos personagens.
Audrey Burke (Halle Berry) é casada com Brian (David Duchovny), um bem sucedido construtor que é morto repentinamente após uma discussão em um estacionamento. Desnorteada com a morte do marido, Audrey recorre a Jerry Sunborne (Benicio Del Toro), um amigo de infância de Brian que é viciado em drogas. Juntos, Audrey e Jerry vão tentar preencher o vazio deixado pelo marido amoroso de Audrey e o amigo dedicado de Jerry.
Entre as coisas perdidas pelo caminho do título do filme, estão as coisas que compartilhavam com o falecido Brian, momentos que não tem mais volta, que tanto Audrey e seus dois filhos quanto Jerry terão de encarar.
Como eu já disse, é um filme honesto que nos brinda com excelentes atuações e uma direção que demonstra o jeito particular da diretora de retratar as reações dos personagens, como focalizar a câmera nos olhos de Benicio Del Toro e Halle Berry naqueles momentos em que há ausência de diálogo, mas, uma expressão no olhar já diz tudo.

Trailer:

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Incrível Hulk



Quando eu era pequena, ficava angustiada com a série televisiva do cientista que se transformava no 'homão' verde assustador. Eu tinha medo do incrível Hulk, sério. É por isso que a imagem assustadora do personagem nunca saiu da minha cabeça, e por incrível que pareça, a narrativa da série também, seja na tv ou nos quadrinhos.
No filme de Ang Lee de 2003, me assustou ainda mais o fato do 'homão' verde mais parecer uma bola inflável verde gigante que aquele personagem assustador do passado, é por isso que sempre achei o filme um lixo.
No final do ano passado, ao saber da nova empreitada de Edward Norton, torci o nariz, mas, me veio que um ator como Edward Norton não faria qualquer porcaria por alguns zeros a mais na sua conta bancária, e foi aí que comecei a levar o novo 'O Incrível Hulk' (The Incredible Hulk, 2008) mais a sério.
O filme começa com um resumo rápido sobre como o cientista Bruce Banner (Ed Norton) se transformou no gigante verde e quem são os personagens centrais da história, a saber: a mocinha Betty Ross (Liv Tyler) e seu pai (William Hurt). Isso, já deixa o público bem confortável, afinal, quem nunca leu os quadrinhos ou assistiu a série de tv não vai se sentir um peixe fora d'água.
Em seguida, a ação se transporta para a favela da rocinha, onde Bruce se passa por um funcionário anônimo de uma fábrica de refrigerantes e tenta encontrar a cura para a sua 'mutação' digamos assim.
Edward Norton dá credibilidade ao seu Bruce Banner, afinal, não é todo dia que um ator como ele investe pesado em uma produção que poderia ser um fracasso. Aliás, é justamente isso que fez a diferença nessa nova produção, Edward Norton é um fã da série, e fã que é fã não quer ver seu herói esteriotipado nem ridicularizado na frente das câmeras.
A química entre Bruce e a Dra. Ross de Liv Tyler funciona. É impossível não torcer pelo casal ao longo do filme.
Outra coisa bacana no fime é a trilha sonora original da série inserida nas cenas, acredito que muitos fãs se derreteram na poltrona do cinema ao ouví-la. Mais um ponto para Edward Norton.
Apesar de ter vagas lembranças dos confrontos do 'homão' verde, achei meio forçassão de barra a luta interminável entre Hulk e seu oponente gigante. Mas, filme de super herói é isso aí, e eu nem posso falar muita coisa, afinal, Hulk não é bem meu super herói preferido, pelo contrário, eu tinha medo dele, lembram?
Em suma, não é um dos melhores filmes de super herói de todos os tempos, mas, certamente é muito superior ao filme de 2003 e inicia uma nova franquia do herói, honesto com o público, sem apelar para o 'roteiro adaptado' de tantos Batmans atrás. É aos fãs de quadrinhos, o grande público da Marvel que os diretores querem agradar. E aí, é ponto para a Marvel também.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

As 7 regras do amor



Há quem diga que um gênero desgastado é a comédia romântica. Concordo em parte, muito pela qualidade dos filmes que tenho visto atualmente. Roteiros fracos, casais sem sal, trilha manjada e uma tonelada de clichês desnecessários. Mas, uma coisa eu tenho que admitir: é o gênero que mais me agrada nas telas, depois do drama.
Ok. Digam que é coisa de mulherzinha, mas, não posso evitar. São essas comédias leves e por vezes até bobocas que me fizeram entender muitas vezes, que o amor pode até não ser como nos contos de fadas, mas, bem que poderiam, não é mesmo? É por isso que não descarto esse tipo de filme na vídeo locadora. Algumas vezes me arrependo, mas, muitas vezes tenho gratas surpresas.
Então, passando pela prateleira de romances há algumas semanas, olhei com desprezinho para o filme 'As 7 regras do amor' (Lucky 7/EUA/2003), mas, por ter Patrick Dempsey no elenco, não achei que seria tanta perda de tempo assim (um dia ainda vou divagar sobre a importância do galã de comédia romântica no imaginário mulherzinha, mas, hoje não).
O filme de 2003, produzido para passar na TV, tem como protagonista uma atriz pouco conhecida chamada Kimberly Williams (ela foi a filha do Steve Martin em 'O Pai da noiva' e 'O Pai da noiva 2'). Ela dá vida a Amy, uma garota que perdeu a mãe aos 7 anos de idade e que passou a vida inteira seguindo um roteiro de vida esquematizado pela mãe: quando ir para o acampamento de verão, quando entrar para faculdade e até mesmo quando se apaixonar e se casar, que deveria ser com o 7º namorado. O que Amy não esperava é que, o namorado perfeito seria o nº 6, com o qual ela conclui ser o marido perfeito. Amy então elabora um plano para que o namorado nº 6 se torne o nº 7, e ela siga á risca o desejo de sua mãe.
A historinha bobinha, que já faz o expectador matar a charada logo de início, dá lugar a uma deliciosa comédia, com situações inusitadas e um casal central que funciona, mesmo com todos os clichês envolvidos.
É aquele tipo de filme que você sabe exatamente o que vai dar no final, mas é tão gostoso de ver que você nem liga e segue até o fim para se emocionar com as típicas cenas que marcam os momentos finais das comédias românticas, como a redenção e 'o encontro' do casal principal no fim do filme.
Amy poderia muito bem ser uma atriz conhecida do grande público (até imaginei a Isla Fisher no papel), mas o fato de ser um filme sem grandes pretenções (a sonoplastia por exemplo, é péssima) e feito exclusivamente para a TV, faz dele uma comédia romântica com todos os ingredientes necessários para agradar os amantes do gênero (as amantes, no caso).

Recomendo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Se a minha vida fosse um filme...

(Eu e Jack Black compondo minha trilha)



Créditos iniciais – You (REM)
Acordando - Friday I’m in love (The Cure)
Primeiro dia de aula – Florescente adolescent (Arctic Monkeys)
Se apaixonando – All those yesterdays (Pearl Jam)
Música da briga - Head over heels (Tears for fears)
Terminando tudo – Stupid girl (Garbage)
Aproveitando a vida - If it makes you happy (Sheryl Crow)
Formatura - Leaving so soon (Keane)
Caindo aos pedaços - Long walk home (Bruce Springsteen)
Dirigindo – Read my mind (The Killers)
Flashback – All Star (Cássia Eller)
Reatando o namoro - Jigsaw falling into place (Radiohead)
Casamento – Tongue (REM)
A véspera da Guerra - Live and let die (Gun’s in Roses)
Batalha Final – Hate it here (Wilco)
Momento de Triunfo - Respect (Aretha Franklin)
Cena da morte - You tell me (Paul McCartney)
Créditos Finais – Back to black (Amy Winehouse)

O lance é seguir as instruções:

- Abra sua biblioteca de música (iTunes, Winamp, Media Player, iPod etc.)
- Coloque em modo aleatório (shuffle)
- Aperte o play
- Para o primeiro item, digite a música que está tocando
- Quando você for para o próximo item, avance para a próxima música
- Não minta, não distorça e não tente bancar o descolado(a) : ponha a música que está tocando MESMO.


Confesso que foi uma coisa difícil de se fazer, uma vez que, eu ouço geralmente uma banda ou um artisa por vez no Lasf.fm, por exemplo. Muito raramente ouço músicas aleatórias. Então, apelei para o Media Player e selecionei algumas músicas que mais gosto (afinal, não poderia tocar uma música que ouvi só uma ou duas vezes na vida no meu filme, né mesmo?) e apertei o play. Eram umas 40 músicas que tocaram aleatoriamente. Nem todas combinam com o momento aí do meu filme, mas, algumas caíram como uma luva.

Como tenho que repassar o desafio, aí vai:


Cecília (Síndrome de Mia Farrow)
A garota no Hall
Doug (My Garbage)
Cristina (She's so high)
Alexandre (Empty Spaces)
Dani Varanda (Cae el sol)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sobre trilhas sonoras

Se tem uma coisa marcante pra mim em qualquer filme, além da fotografia e dos diálogos, é a trilha sonora.
Uma boa trilha, transforma momentos que poderiam ser apenas mais um beijo romântico entre o casalsinho central ou uma paisagem passando pela janela, em momentos de pura emoção para o público. Na minha opinião, a trilha sonora é a marca registrada de qualquer produção, seja ela composta de hits FM ou daquela banda alternativa que você joga no google após o filme para descobrir quem é.
Eu gosto de adivinhar qual o estilo de trilha sonora de cada filme antes de assistir, porque, nem sempre a música que toca no trailer vai fazer parte de alguma cena do filme e é por isso que, dependendo da produção, minha surpresa é cada vez maior ao ouvir a trilha sonora. Foi o caso de Juno (que eu jurava que só ia tocar bandinhas 'indies' dos anos 70/80 como The Cure).
Melhor ainda, é comprar o disco da trilha sonora ou baixar (já que os preços dos cd's estão pela hora da morte).
Há de se concordar que, muitas vezes, marcamos um filme pela sua trilha sonora, tamanha sua importância (Indiana Jones, Uma linda mulher, The Goonies, Ghost (eca), Dirty Dance). Há de se concordar também, que as melhores cenas são aquelas que contém aquela música arrebatadora que te arrepia e faz você falar baixinho: 'Puta merda, quê isso?', mesmo que não seja 'A MÚSICA', mas, está na cena certa e no filme certo.
Então, à partir de agora, de tempos em tempos vou postar alguma cena que junto com sua trilha sonora, arrebatou esse meu coraçãozinho incauto. E a primeira é:
.
Música: Every breath you take - The Police
Na única cena bacana desse filme mediano, jukebox do bar, Keanu Reeves gordo, porém altamente comestível, uma música atemporal e a prova de que, nem sempre, o filme precisa ser espetacular para ter uma trilha bacana (é uma pena, porque, na maioria das vezes é um desperdício de trilha, mas, enfim...). Reparem que não tem nada demais na cena, o negócio aqui é a música que caiu como uma luva.
.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

TOP 10

Depois de um papo com uma amiga sobre talento x beleza, resolvi fazer um TOP 10 atores da atualidade (eu disse da atualidade, porque, senão a lista seria ad eternum) que fazem a minha cabeça na arte de atuar e/ou na arte de me fazer suspirar em frente às telas. Porque, nem sempre o talento está necessariamente ligado ao fato de gente como, Keanu Reeves, por exemplo, ser um tesão.

10. James McAvoy


09. Ryan Gosling


08. Wagner Moura


07. Eric Bana


06. Mark Ruffalo


05. Gael Garcia Bernal


04. Jude Law


03. Matthew Fox


02. Patrick Dempsey


01. Christian Bale



Faça você também o seu TOP 10 e seja feliz!
Recomendo para:
Kamila (Cinéfila por natureza)
Rafael (Tablito)
Cecília (Síndrome de Mia Farrow)
Rafael (Moviola Digital)
Otávio (Hollywoodiano)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Antes de Partir


Jack Nicholson e Morgan Freeman protagonizam essa história no mínimo, clichê. Edward Cole(Nicholson) é um milionário excêntrico gestor de hospitais que defende com unhas e dentes a obrigatoriedade nos hospitais que administra de no mínimo 2 leitos por quarto. E para não desonrar seu lema, Edward acaba dividindo o mesmo quarto com Carter Chambers (Freeman), um mecânico veterano que se encontra na mesma situação que Edward, já que também tem um câncer terminal.
Partindo desse ponto, já sabemos exatamente o que vai acontecer durante o filme. Primeiro, o choque de personalidades dos dois e até um estranhamento inicial que, por fim, vai culminar em aprendizado para ambos (clichê). Segundo, sabemos que no fim do filme ambos vão morrer. Terceiro, que Jack Nicholson vai interpretar a si mesmo (o fanfarrão excêntrico) e Morgan Freeman (o senhor comedido e sensato) idem.
É assim que os dois atores conduzem o filme, com pitadas de humor e sarcasmo como se estivessem lado a lado em um leito de hospital na vida real. Aquele joguinho de interpretação, como se em algum momento, entre uma piadinha e outra eles dessem uma piscadinha cúmplice no maior estilo piada interna.
No filme, Edward e Carter seguem uma lista de coisas para se fazer antes de morrer, que inclui, obviamente, coisas como: escalar o Himalaia, fazer uma tatuagem e pular de páraquedas. Tudo isso para no fim das contas, perceberem que o grande prazer da vida, consiste nas coisas simples, como estar perto de quem você ama.
Se você, assim como eu, não tinha mais nada para fazer no domingo à tarde e qualquer coisa que passasse no seu aparelho de DVD era lucro, não vai se importar de assistir 'Antes de Partir' até o fim. Afinal, nunca é demais ver Nicholson e Freeman em ação, mesmo que a história seja meia boca. No mais, se tiver alguma coisa mais interessante para ver, deixe esse filme naquela lista de espera, porque, nem as paisagens aéreas dos países que os personagens visitam, são algo digno de se ver, tamanha a cara de pau do photoshop.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O Procurado


No triller estrelado por Angelina Jolie e James McAvoy (de Desejo e Reparação), Wesley Gibson (McAvoy) é um sujeito que tem uma vida insignificante. Tem um emprego que ele odeia, uma chefe idem, uma namorada filha da puta que tem um caso com seu colega de escritório e acima de tudo, Wesley sofre de ansiedade e síndrome do pânico. Mesmo sabendo que essa não é a vida que ele sempre quis, Wesley não tem forças para sair dessa, até que, um belo dia uma agente de uma sociedade de assassinos denominada Fraternidade, o visita, com uma missão: que ele se torne um membro da Fraternidade. É aí que, do manézão que se entope de remédios para ansiedade e vive lamentando sua existência inútil no mundo, Wesley se torna o assassino 'fodão' da Fraternidade.
Baseado no HQ de Mark Millar e J.G. Jones , O Procurado (Wanted/EUA/Alemanha/2008) desafia as leis da física e nos apresenta um mundo novo, onde assassinos praticamente voam e dão tiros que fazem curvas.
Angelina Jolie é a agente Fox, responsável por fazer de Wesley um assassino profissional. E nesse filme, como em todos os outros, Jolie cumpre o seu papel de mulher fatal com seu bocão e corpo tatuado, praticamente uma Lara Croft dos HQ's. Ou seja, Angelina Jolie sendo Angelina Jolie.
McAvoy surpreende como herói de ação, mostrando que não é só o mocinho de filmes épicos e contos de fadas modernos. E a química dos dois atores funciona.
Não espere muita profundidade na história, uma vez que o fato de um cara deixar de ter uma vida medíocre e se transformar no maior assassino que já existiu, não é bem uma coisa que nunca se viu antes no cinema. O Procurado é aquele tipo de filme que prende a atenção do expectador do início ao fim, do tipo que mal dá para respirar entre uma cena de ação e outra. E a estética do filme é bacana. Mas, não se engane. O diretor Timur Bekmambetov, usa de todos os artifícios disponíveis na era pós Matrix para fazer do filme uma obra prima dos filmes de ação baseado em HQ’s. E ele é competente, mas, fica no ar um quê de ‘já vimos isso aí antes’, especialmente na narrativa. Me lembrou muito aquele filme do Bruce Willis e Josh Hartnett, Xeque-Mate. Apesar disso, o filme cumpre o seu papel, com seu ritmo acelerado e boas atuações, até mesmo do elenco de apoio, encabeçado por Morgan Freeman.