Porque, todo filme é bom, o que atrapalha é a crítica. Ou não?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bolão


Fiz um bolão do Oscar (tardiamente) aí do lado com algumas das principais categorias.
Divirtam-se!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cisne Negro



Cisne Negro (Black Swan/EUA/2010) não é sobre a paixão da bailarina pela dança. É o mergulho total de uma bailarina na sua arte, sua entrega física, mental e emocional. É sobre ser obsecada pela perfeição, pela auto-disciplina, pela arte.
O filme retrata a vida da bailarina Nina (Natalie Portman) diante da maior oportunidade da sua carreira, ser a protagonista do clássico Lago dos Cisnes. Mas, ser a rainha do lago tem seus desafios, e o medo de não corresponder às expectativas da Companhia de dança, o receio de falhar e a pressão de ser substituída por alguém mais jovem, fazem com que Nina mergulhe em seus sentimentos mais íntimos e comprometa sua estrutura emocional.
A delicada Nina de Natalie Portman, nada mais é do que o melhor papel de sua carreira até hoje. É como se todas aquelas sequências de Star Wars e os filmes de Luc Beson no início da carreira não fizessem nenhum sentido. Natalie é a beleza e a ingenuidade do cisne branco e assustadoramente a personificação do cisne negro quando se transforma. Aliás, a metamorfose da personagem ao longo do filme é devastadora e vai muito além de uma transformação física. É uma transformação interna, que se expressa sem palavras, só através da dança.
O filme é belíssimo em todos os sentidos, na sua fotografia sombria, na direção de arte primorosa, na trilha sonora que faz do tema de Tchaikovski brilhante e finalmente pela direção de Darren Aronofsky que arquitetou tudo de forma perfeita.
É injusto pensar só em Natalie Portman no Oscar, uma vez que tudo em Cisne Negro é digno de aplausos após a cena final.
Ainda não vi todos os filmes do Oscar (e olha que os que eu vi são totalmente excelentes), mas, fica muito mais difícil pensar em algo melhor que Cisne Negro levando a estatueta dourada de melhor filme, direção e atriz esse ano.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Uma mãe em apuros



Com cabelos desgrenhados e um visual bizarro, que inclui uma camisola azul bebê com desenho de nuvens, Uma Thurman encarna uma mãe nova yorkina que vive a vida lôka de limpar a sujeira do cubículo onde mora, cozinhar, cuidar dos filhos, do marido, fazer compras, organizar uma festa de aniversário para a filha e ainda escrever um blog. E o que era pra ser um filme pra rir (e o filme vende essa imagem), cheio de clichês de mães loucas padecendo no paraíso, se torna um drama do que se tornou a vida da personagem após a maternidade.
A roteirista e diretora, Katherine Dieckmann, encara toda a rotina da personagem Eliza (Thurman) com muita sobriedade e reflexões bastante dignas, em que, a maioria das mães urbanas vão se identificar. No entanto, entre uma reflexão e outra, a diretora cai na banalidade de retratar coisas como: uma mãe neurótica que Eliza encontra no parque que cria o filho dentro de uma redoma anti-raios UVB, Eliza disputando roupas numa liquidação e disputando vaga no estacionamento da rua. São bobagens diante de outros dilemas muito mais válidos que poderiam ser discutidos no filme, descartável.
Minnie Driver (de Gênio Indomável), interpreta a melhor amiga de Eliza, e de longe, é a melhor personagem do filme, responsável pelas cenas mais engraçadas.
Resumindo: Uma mãe em apuros veste a roupa de comédia, mas, está mais para um drama moderno. Seus diálogos poderiam ser melhores e Uma Thurman é uma mãe lixo, sem um pingo de dignidade, pelamordedeus, ninguém é assim!
Entretanto, o filme vale pelas reflexões de Eliza como um todo, pelos seus textos no blog, por Minnie Driver, a melhor amiga que uma pessoa como Eliza poderia ter e pelos seus momentos de humor aqui e ali. Poderia ser mais, mas, nem tudo é perfeito.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Querido John



Estava demorando para pipocar romances tendo como pano de fundo o 11 de setembro. Acho bem válido, uma vez que as 1ª e 2ª guerras mundiais já renderam muito para Hollywood. Rendeu tanto, que tivemos que engolir guéla abaixo coisas como ´Pearl Harbor´ e ´Capitão Corelli´, ninguém merece, néam?
´Querido John´ (Dear John/EUA/2010) veio com muito ôba ôba, muito pelo aclamado escritor Nicholas Sparks, que escreveu o comovente ´Diário de uma paixão´ que também virou filme. Eu adorei ´Diário´, me fez lembrar que ainda é possível escrever lindas histórias de amor, é por isso que esperava bem mais de ´Querido John´.
O filme, conta a história do soldado John (Channing Tatum, de G.I. Joe - A origem cobra) que está de licença do exército no verão e conhece Savanah (Amanda Seyfried, de Mama Mia) e se apaixona. Os dois vivem intensamente esse romance durante duas semanas, em meio a passeios românticos na praia, beijo na chuva e tudo mais, até que, terminado o verão, John precisa voltar ao exército e Savanah retomar seus estudos na faculdade. Apaixonados, fazem planos de ficarem juntos após a dispensa de John no exército e prometem trocar cartas durante esse período. Mas, aí vem o 11 de setembro e tudo muda, inclusive as chances desse romance continuar. John, induzido por seu dever patriótico, decide se alistar para o que chamaram de ´guerra ao terror´, o que vai gerar consequências para o seu relacionamento com Savanah.
O talento de Nicholas Sparks para histórias românticas é tocante, de verdade, mesmo com todos os clichês envolvidos. É impossível não se envolver com o drama de John e Savanah. Mas, diferente de ´Diário de uma paixão´, que arrancou interpretações convincentes de Ryan Gosling e Rachel McAdams, Querido John se perdeu no meio do caminho pelas interpretações fracas de seus protagonistas. Amanda Seyfried é bonitinha e meiga, como a Savanah do início do filme, mas, não acompanha a evolução e amadurecimento da Savanah pós 11 de setembro, é uma pena. Já Channing Tatum é galã, lindo de morrer, realmente, derrete o coração da mulherada quando aparece na tela, mas, a falta de expressão facial do rapaz em cena chega a doer.
O que poderia ter sido um romance tocante, típico de Sparks, virou alguma coisa sem sentido entre os motivos do distanciamento de Savanah e John e as cartas que eles escreveram. Um romance desse nível, não merececia um desfecho tão sem sal com atuações tão medianas.
É o que eu sempre digo: de que vale uma fotografia linda, uma trilha sonora emocionante e uma história bonita, se o casal de protagonistas te tira toda a vontade de viver aquele romance?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Os Mercenários



Casamento tem dessas coisas, né? Assistir filme do Stallone na tarde de domingo, mesmo contra a vontade. Não valeu o sacrifício.
O longa foi filmado no Brasil, com Giselle Itiê no papel da mocinha e um elenco meio ´Onze homens e um segredo´ dos filmes de pancadaria, com direito a participação especial de Bruce Willis e Schwarzenegger.
Barney Ross (Stallone) e sua equipe de mercenários são contratados por um agente da Cia (Bruce Willis) para derrubar um general ditador na ilha de Vilena. Barney e seu braço direito das missões Lee Christmas (Jason Statham, que tipo de nome é Lee Christmas?) partem então para a tal ilha para fazer uma espécie de reconhecimento antes da missão, e são surpeendidos por um ataque em massa do governo local, uma vez que o principal contato de Barney na ilha, é a filha do general ditador, Sandra (Giselle Itiê) que deseja a derrubada do governo e é descoberta pelos agentes do pai. Barney e Lee abandonam a ilha, mas, o senso de dever e princípios (oi? princípios?) de Barney fazem com que ele reúna sua equipe e termine o trabalho que começou.
Olha, minha gente, não existe coisa pior que pretensão, em um filme que por si só, já se auto-intitula pretensioso.
Pra começar, a reunião do elenco de estrelas da pesada (só faltou o Steven Seagal) já é uma amostra do que vem por aí: bazucas e outras armas que parecem só existir nesse tipo de filme (na sequência inicial, com um disparo um cara é partido ao meio, sim, ao meio), músculos à mostra em camisetas coladas, tatuagens de caveira e mulheres siliconadas. Os Mercenários é um reunião de tudo isso, com uma fala e outra entre as explosões, um roteiro de segunda linha e ainda por cima um deboche implícito de Stallone/Statham da mocinha no final: ´Eu sabia que ela não era o seu tipo.`
Pra quem curte esse tipo de filme, o elenco é dos bons, a patota está toda reunida, mas, pra mim ficou um sorriso de deboche e sarcasmo no final, bem ao estilo ´Trovão Tropical´.